Um vento frio sopra da Cordilheira dos Andes sobre Bariloche em qualquer época do ano. No inverno, a charmosa cidade da Região dos Lagos parece ser cenário de um conto de fadas, coberta de neve e com picos perfeitos para esportes radicais. Para curtir bem o frio, que tal ver a lua cheia nascer em um refúgio de montanha, com jantar à luz de velas, lareira, música folclórica e Bariloche como pano de fundo?
Essa experiência, completamente fora do circuito turístico, acontece no Refúgio Berghof e foi a mais incrível que nós, os repórteres Glória Tupinambás e Renato Weil, vivemos em Bariloche. O lugar foi a primeira residência de Otto Meiling, um dos esquiadores pioneiros na exploração das hoje badaladas montanhas de Bariloche. A antiga cabana de madeira preserva o charme e o ar rústico dos antigos tempos e recebe os visitantes em um ambiente aconchegante e cuidadosamente decorado.
Depois de curtir as montanhas, nós embarcamos no nosso motorhome A Casa Nômade explorar o tradicional roteiro turístico em Bariloche. As espetaculares vistas da cidade transformam até os viajantes mais descolados em turistas de carteirinha, ávidos por mirantes, teleféricos e os melhores points para contemplar os cartões-postais da cidade.
Uma ótima opção é percorrer os 35 quilômetros do Circuito Chico, como é chamado o roteiro básico pelos arredores de Bariloche. E aqui elegemos os melhores pontos para contemplar as belezas da região:
– Mirante do Lago Perito Moreno Oeste, com o Hotel Llao Llao e o Lago Nahuel Huapi diante dos nossos olhos.
– Mirante del Tacul, onde o azul do Lago Nahuel Huapi remete às águas do mar do Caribe e das Ilhas Gregas. Fantástico!
Também é impossível fugir de um dos passeios mais tradicionais de Bariloche: a navegação até a Isla Victoria e o Bosque de Arrayanes. Não é à toa que o tour é tão famoso! A experiência é realmente imperdível! A bordo do catamarã Cau Cau, cruzamos as águas azuis do lago Nahuel Luapi para conhecer duas das principais atrações da charmosa cidade andina.
Cercado por gaivotas que fazem voos rasantes e chegam a “pescar” comida nas mãos dos viajantes, o Cau Cau faz sua primeira parada no Bosque de Arrayanes para apresentar as típicas árvores de troncos finos e uma forte cor de canela.
Em seguida, é a hora de desembarcar na Isla Victoria, dentro do Parque Nacional Nahuel Luapi, onde uma caminhada de 8 quilômetros (ida e volta) leva à paradisíaca praia de Piedras Blancas, com suas lanchas e veleiros.
Agora, chega de mordomia! A capital do turismo de aventura da Argentina exige uma boa dose de adrenalina, que vai muito além do esqui nas montanhas durante o inverno. Em qualquer época do ano, Bariloche fervilha com atividades ao ar livre em seus cristalinos lagos. Um dos passeios mais lindos para curtir as águas da cidade é remar um caiaque no Lago Gutierrez. O vento contra nos exigiu um bom esforço físico durante quase duas horas de fortes remadas até uma praia deserta às margens do lago e não foram poucas as vezes em que o caiaque insistia em se virar para os rochedos. Ao fim do passeio, a paisagem é tão linda e tão convidativa que, mesmo com a água fria, não resistimos a um mergulho no Lago Gutierrez. Foi congelante, mas maravilhoso!
Bariloche é apenas a maior e mais estruturada cidade da Região dos Lagos Argentinos. Nos seus arredores, a natureza foi generosa e espera os visitantes com lindos visuais que surpreendem em qualquer estação do ano. No inverno, os picos cobertos de neve dominam a paisagem. E na primavera e verão, a temporada das flores transforma a região em um verdadeiro jardim aos pés da Cordilheira dos Andes. A bucólica cidade de San Martín de los Andes, com seus canteiros sempre coloridos de rosa, vermelho, amarelo e branco são um convite ao relaxamento.
A vizinha Villa La Angostura seduz com um movimentado centro, repleto de lojas de artesanato e restaurantes sofisticados. Visitamos ali o charmoso Tinto Bistro e saboreamos, ao lado da lareira, uma tenra carne argentina e um salmão fresco.
Na rota dos Lagos Argentinos, sobram mirantes com lindas paisagens. Mas nenhum deles é tão belo como o Mirador dos Ventos, na minúscula Villa Traful. Para chegar até lá, são apenas 150 quilômetros a partir de Bariloche, mas o ideal é reservar um dia inteiro para o passeio para que se tenha tempo para contemplar todo o visual da estrada.
E quem quiser esticar um pouco a viagem, vale pegar a estrada e chegar à capital da província de Neuquén para explorar a Rota do Vinho da Patagônia. Ali, bodegas e vinícolas nos apresenta todo o processo de produção da típica bebida, desde a colheita da uva até que o vinho chegue às charmosas prateleiras da região.
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Last modified: 20 de março de 2017